domingo, 29 de janeiro de 2012

Ipanema era só felicidade

Num sábado chuvoso e frio deste estranho verão de 2012 fui assistir ao filme sobre Tom Jobim. Admirador confesso do artista e da bossa nova eu esperava bastante do documentário, mas o que assisti superou em muito a minha expectativa. Mais do que um documentário, o filme é uma imensa trilha sonora ilustrada com fotos e filmes de uma época que deixou saudade. Um dos filmes mostra o Aterro do Flamengo ainda de terra batida, sem os jardins de Burle Max, a praia de Copacabana sem as pistas duplicadas e os bondes e lotações da época. A vida de Tom Jobim é apresentada através de suas músicas, sem narrativas e depoimentos muitas vezes cansativos. O filme tem uma dinâmica ótima e termina sem se sentir, deixando na platéia aquele gostinho de quero mais. Saí do cinema com uma puta nostalgia e fui dormir com a batida da bossa nova na cabeça.

Senti nostalgia de minha adolescência nos anos 60, de um tempo feliz, ai que saudade, de uma Ipanema que era só felicidade. Da janela do meu quarto na Alberto de Campos eu via o Corcovado, o Redentor que lindo. Nas festinhas e reuniões dançantes em casas de famílias dançávamos com legítimas garotas de corpo dourado do sol de Ipanema com um balançado que é mais que um poema. Acabei me casando com uma delas. Um dos discos mais tocados era o Chega de Saudade do João Gilberto. Para os mais jovens que não viveram aquela época, os discos LP (Long Play) eram tocados em vitrolas Hi-Fi (alta fidelidade), não confundam com o Wi-Fi de hoje.

Ouvi One Note Samba, Drinking Water e The Girl from Ipanema por diversos intérpretes, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Sammy Davis Jr e o famoso dueto de Tom e Sinatra, entre outros tantos. Além de inglês ouvi versões em francês, italiano e até em alemão, que não combina nada com a bossa nova. No original em português com os saudosos Agostinho dos Santos e Elis Regina.

O filme me fez lembrar uma temporada de treinamento que passei em San Francisco. Soube por um colega americano de um bar que tocava bossa nova nas happy hours. Depois do trabalho fui conferir e ouvir um pouco de música brasileira. O conjunto era uma merda, com três mexicanos e uma brasileira, namorada de um deles, que assassinavam a bossa nova, o forte deles era mesmo Cielito Lindo. Mesmo assim, depois de quase dois meses longe de casa, fiquei com os olhos cheios d´água ao ouvir "se você disser que desafino amor", música que tinha tudo a ver com o conjunto.

Ao sair do cinema fiquei tentando descobrir qual seria a minha música favorita. Samba do avião, um hino à cidade do Rio, Chega de Saudade, um marco na bossa nova, Dindi, melodiosa e de difícil interpretação, Anos Dourados, de parceria com Chico Buarque, e tantas outras vieram à minha cabeça. Mas se tivesse que escolher um fundo musical para minha vida ficaria sem dúvidas com Wave.

Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho. O resto é mar, é tudo que não sei contar...

domingo, 3 de julho de 2011

Marcha soldado, vadia e maconheiro


— Filha, vai haver a marcha da maconha outra vez? — perguntou a mãe ao ver a filha vestir a camiseta com a cannabis estampada.
—Não mamãe, dessa vez é a marcha das vadias, nós só vamos dar apoio — respondeu a filha.
— Faz sentido — murmurou a mãe resignada e sem querer discutir com a filha.

A estréia da Marcha das Vadias foi discreta com apenas 500 participantes, mas tem potencial para crescer. O que não falta nesse Brasil é vadia e à medida que as enrustidas forem assumindo sua verdadeira condição, a marcha tem tudo para emplacar e ser um sucesso. As participantes são contra o machismo e reivindicam o direito das mulheres de dispor do próprio corpo como bem entenderem. Nada mais justo.

Antes as marchas eram associadas aos militares. Marcha soldado, cabeça de papel, cantam as crianças. Hoje elas proliferaram e diversificaram. Além das já citadas marchas da maconha e das vadias, a Parada Gay é um sucesso em São Paulo. Nesse caso a palavra “Parada” está mal empregada já que o desfile se locomove, melhor seria ser denominada de Marcha a Ré. A cada ano o número de participantes aumenta. Bichas e sapatas, agora sob o amparo da lei, saem cada vez mais do armário para desfilarem deslumbradas e abraçadas na Avenida Paulista. Antes que vocês me tachem de homofóbico e seguidor do Bolsonaro, aviso que nada tenho contra a categoria. Desde que não seja no meu, cada um faz o que quiser com o seu.

Outras marchas podem ser organizadas para fazer parte de um calendário nacional das marchas, criando um novo atrativo turístico para o Brasil ao lado do carnaval e das festas de Ano Novo.

Podemos ter a Marcha dos Corruptos, cujo palco principal seria Brasília, mas qualquer estado ou município brasileiro estaria apto a ter seu próprio desfile. Assim como as vadias, nossos parlamentares e assessores também reivindicariam o direito de usufruir do próprio mandato e cargo como bem entenderem. Nada mais justo e atual.

Uma marcha com bom potencial seria a dos desempregados, aposentados e desocupados. Teria a vantagem de poder desfilar em qualquer dia, sem a necessidade de ser nos fins de semana. A reivindicação do grupo seria mais bolsas do governo e menos trabalho. Cada participante da marcha, devidamente cadastrado, receberia uma bolsa desfile, isenta de imposto e com direito a ticket refeição e décimo terceiro. Na minha condição de aposentado sou candidato a participar da marcha e principalmente da bolsa, assim como você que não tem nada melhor para fazer do que ler essa babaquice.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Feliz fim do mundo

Ano novo, vida nova, só que desta vez a situação é diferente. Estamos nos aproximando cada vez mais do fim do mundo. Um antigo calendário maia indica que o mundo irá acabar em 2012, mais precisamente no dia 21 de dezembro de 2012.
Como? Se o César Maia tem a ver com isso? Não, meu caro, desta vez não se trata de mais um factóide do nosso alucinado ex prefeito. O maia a que me refiro é do antigo povo maia.
O que vai acontecer no dia 21 de dezembro de 2012? Os astrólogos prevêem uma conjunção cósmica, o fim de um ciclo ou algo parecido, mas na verdade, ninguém sabe ao certo o que vai acontecer.
O que se sabe é o que não vai acontecer se a previsão estiver certa: a copa no Brasil e as olimpíadas no Rio, por exemplo. O sonho do hexacampeonato termina e seremos eternamente pentacampeões. Em compensação, nunca seremos alcançados pela Itália, Alemanha ou Argentina. Como tudo na vida, existe o lado bom e o ruim. Se por um lado estamos pertos do fim, por outro ficaremos livres da volta do Lula em 2014.
O importante é ter em mente que nos restam poucos dias pela frente e por isso é preciso mudar nossos hábitos para usufruir melhor o gran finale. Não adianta mais você poupar, investir ou economizar. A ordem daqui pra frente é gastar, consumir e desperdiçar. Troque de carro, faça aquela viagem tão sonhada, jogue suas roupas velhas fora e faça um enxoval novo para o fim do mundo.
Você não tem dinheiro para isso? Não importa, faça empréstimos, hipoteque sua casa, estoure o limite do cheque especial e dos cartões de créditos. Contraia dívidas, mas lembre-se, para pagar em 2013. Pare de pagar os impostos e rasgue os carnês do IPTU, IPVA, IRPF. Imagine o prazer que isto lhe proporcionará. Chute o balde e peça demissão no emprego. Vá curtir a vida. Você não vai querer passar seus últimos dias atrás de um computador e aturando um chefe chato.
Nada de dietas e regimes, coma tudo que você quiser e quanto puder, sem se preocupar com a balança, colesterol, diabete e outras besteiras. Se você largou o cigarro e o copo, volte a fumar e a beber. Pra que morrer com saúde? Seu corpo está com os dias contados, assim como todo o resto da humanidade. Você tem que usufruir da melhor forma seus últimos momentos e comemorar.
Faça como o nosso atual prefeito que está programando um mega evento para comemorar a chegada do fim do mundo. Ele está pensando em fazer uma festa grandiosa na praia de Copacabana e fechar o bairro por uma semana para deleite dos seus moradores. Será o show do fim do mundo com apresentações de Roberto Carlos, Madonna, Paul McCartney, Rolling Stones e outros. Todos contratados com cachês milionários para receber em 2013.
A mensagem está dada: viva seus últimos momentos na terra em grande estilo.
Você quer saber o que vai acontecer se os maias estiverem errados e o mundo não acabar? Realmente existe essa possibilidade e o que eu posso lhe adiantar é que se você seguiu meus conselhos o seu ano de 2013 não vai ser fácil.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Noticiário político faz mal à saúde


Agora que a Copa acabou e ficamos livres do Dunga, está na hora de nos prepararmos para o outro evento de 2010, as eleições. O que significa que nos defrontaremos novamente com a dúvida cruel: em quem votar? Tenho ouvido muita gente dizer por aí que vai votar em branco ou anular o voto, que os políticos são todos uns canalhas e não merecem nossa confiança. Nada contra os que assim decidirem, mas para mim não funciona. Sou de uma geração que ficou sem votar por um longo período, meu título de eleitor ficou enfurnado no fundo de uma gaveta por muitos anos. Por isso não vou desperdiçar a oportunidade e tenho que escolher aqueles que merecerão o meu voto.

Antigamente era mais fácil decidir, o candidato era de direita ou de esquerda, do bem ou do mal, dependendo do lado em que você estava. Hoje em dia não existe mais essa divisão simplista e radical que facilitava a decisão, agora são todos do mal, independente do lado em que estão. Eles só querem o seu voto, estão se lixando para a sua opinião. Você coloca os seus votos na urna para depois de eleitos eles colocarem o seu dinheiro nas meias e nas cuecas. Os partidos políticos abandonaram os ideais e se transformaram em quadrilhas especializadas em assaltar os cofres públicos.

A primeira sugestão que dou para quem quer escolher um candidato é parar de ler e assistir matérias sobre política. Fique afastado principalmente do horário político, desligue a televisão ou coloque no mute enquanto espera a novela. Vai por mim que é mais seguro; é melhor você votar mal informado do que iludido. Você pode ficar influenciado pela perigosa lábia dos nossos parlamentares que são muito persuasivos e poderão enganá-lo facilmente. Se você é daqueles que não é fácil de enganar, vai ficar com tanta raiva que corre o risco de fazer uma úlcera. O Ministério da Saúde devia advertir aos eleitores – Noticiário político faz mal à saúde.

Cuidado em especial com o nosso presidente. Quanto mais escândalos surgem no seu governo, mais aumenta a sua popularidade. Ele se alia com antigos desafetos e com a banda podre da política e nada lhe acontece. É inacreditável. Com seus discursos verborrágicos cheios de metáforas e erros de concordância ele é capaz de vender gelo para esquimó, quanto mais nos empurrar goela abaixo a sua insossa candidata. O homem é um gênio da comunicação e seu poder de enrolação ultrapassou nossas fronteiras e conquistou o mundo. Ele foi eleito estadista global e nós tivemos que engolir mais esta. Fique longe dele.

Nada de votar em ex-jogadores de futebol, artistas e figuras populares como o fulaninho do posto ou o pipoqueiro da pracinha. A história nos tem mostrado que eles são péssimos representantes e querem se eleger apenas para se locupletar com o dinheiro público. Em pastores de igrejas evangélicas, então, nem pensar. Não satisfeitos em sugar o dinheiro dos incautos nos cultos eles também querem mamar nas tetas do governo. Não contribua para alimentá-los, eles que suem a camisa para se sustentar.

Existe uma campanha para renovar e não reeleger nenhum político atual, votar em candidatos novos. Tenho minhas dúvidas quanto à eficácia desta estratégia. Os que já estão nos cargos são ratos gordos que roubam apenas para se manterem, enquanto os novos ainda vão ter que roubar para enriquecerem. O prejuízo aos nossos bolsos pode ser ainda maior

Se você tiver algum amigo ou parente candidato, vote nele, mesmo sabendo que ele não é flor que se cheire. Calhorda por calhorda, esse pelo menos é seu conhecido e você pode ter a chance de lhe dizer umas verdades cara a cara.

Se esses conselhos o ajudaram a escolher seu candidato, meus parabéns, você é uma pessoa de sorte. Eu continuo sem a menor idéia em quem votar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O El Cid de Los Angeles


Assim como El Cid que lutou morto a última batalha, o pop star Michael Jackson também continua atuando enquanto não decidem o que fazer com seus despojos. O show não pode parar e seu corpo insepulto atrai multidões a Los Angeles e garante o faturamento de sua família, de empresários e do comércio local. É o turismo fúnebre. Enquanto seus potenciais herdeiros brigam pela herança, o seu velório virou um mega espetáculo num estádio onde o principal astro compareceria embalsamado, com a aparência não muito diferente das suas últimas performances. Há quem diga que ele já estava morto há bastante tempo e só agora decidiram divulgar.
Entretanto, o velório do astro não devia se limitar à cidade de Los Angeles, o mundo inteiro tem o direito de ver e se despedir do rei do pop. Seus empresários não deviam cancelar a turnê mundial que estava programada, basta colocar o corpo num avião, e nesse caso pode ser um Airbus uma vez que o principal passageiro já embarcaria morto, e sair mundo afora pelos lugares por onde ele passou, do Dona Marta ao Picadilly Circus.
Uma outra hipótese seria não enterrá-lo nunca, deixá-lo embalsamado e transformá-lo numa nova atração da Disney, ou de um parque temático a ser criado no sítio Neverland. Com os recursos tecnológicos e alguns chips no corpo ele poderia até mesmo dar o famoso passo moonwalk. Poderia se dizer então com segurança que, assim como seu sogro Elvis, Michael Jackson não morreu.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Os óculos do poeta


Sou um caçador de notícias que possam render uma boa crônica e nesta semana me chamou a atenção o roubo dos óculos da estátua do Carlos Drummond de Andrade. Pelo que li no jornal foi a terceira vez que roubaram, basta reporem a peça que alguém vai lá e a surrupia.
O que não consigo entender é para que servem uns óculos de estátua? Talvez seja um fã roubando para ter uma recordação do ídolo, ou um ato de puro vandalismo, mas por que cismaram justamente com os óculos do poeta?
Abro aqui um parágrafo para lucubrar um pouco sobre a palavra óculos. Apesar de se tratar de um objeto único o vocábulo se refere a um par de óculos, ou simplificando óculos, e por isso a palavra pede o plural. Esclarecida essa curiosidade lingüística, fecho o parágrafo e volto para Drummond e seu infortúnio.
Como se não bastasse servir de banheiro para pombos e ficar exposto às intempéries, sem óculos nosso poeta fica privado de enxergar o que se passa ao seu redor. É mais uma maldade que se faz com tão ilustre personagem. A primeira foi colocar sua estátua virada para os edifícios. Tenho certeza que se pudesse escolher esse mineiro de Itabira iria preferir se sentar apreciando o marzão e mulheres de biquíni na areia. Encontraria com mais facilidade inspiração para seus poemas e crônicas.
Mas voltando à pergunta inicial: por que roubaram os óculos do poeta? Quem rouba alguma coisa o faz com uma finalidade, mas nesse caso não consigo entender o motivo. Houve uma época em que foi moda roubar escudos de carros. Não havia um fusca na cidade com o escudo com o logotipo da fábrica. Os jovens roubavam para usar como enfeite nos fichários. Não deixava de ser um ato ilegal e deplorável, mas com uma finalidade. Já os óculos de bronze de uma estátua não servem para nada.
Se ao menos tivessem o poder de transferir a quem os usasse a visão do mundo e a genialidade do poeta o roubo teria uma justificativa. O privilegiado que usasse os óculos poderia dar continuidade à obra do artista.
Só me resta dar uma sugestão ao ladrão. Que guarde os óculos com cuidado para colocar na estátua do presidente Lula, que certamente algum dia vai ter uma, se é que já não tem. Pode ser que com os óculos do Drummond a estátua enxergue o que o ser humano não consegue enxergar.

Créu na praça


— Ouve só essa: a Holanda vai liberar sexo nas praças públicas.
— Como é que é? Sexo mesmo, transar pra valer?
— É o que tá escrito aqui no jornal.
— Quer dizer que o cara escolhe uma mulher numa daquelas vitrines e vai experimentar na praça. Se não gostar volta pra trocar por outra.
— É isso aí. Ou ele pode pegar uma mulher num barzinho, pedir um baseado pra viagem e ir desfrutar a erva e a mulher num parque das redondezas. Tudo dentro da lei.
— Isso é que é país avançado, não é aquela caretice dos Estados Unidos que derrubou o governador de Nova York só porque saiu com uma garota de programa. E olha que ele nem pagou com cartão corporativo.
— Mas eles vão se danar porque o vice que assumiu é cego. Não vai ver nada, igual ao nosso presidente.
— A Holanda sempre esteve na vanguarda. A nossa ministra de Sexo e Turismo devia dar um giro por lá e tirar umas idéias em vez de ficar mandando a gente relaxar e gozar.
— Essa de transar em praça pública é uma boa, ao ar livre, com flores e passarinhos cantando em volta. Dá pra fazer sexo e ainda pegar um bronze. É muito mais saudável do que em motéis.
— No inverno é que vai ser dureza. Lá faz um frio terrível.
— Eles dão um jeito e botam aqueles casacões de pele. Vão parecer dois ursos se acasalando na neve.
— Será que qualquer um pode fazer sexo nas praças, ou vai ter que ter licença?
— Talvez tenha que tirar uma carteirinha. O problema vai ser onde pendurar a carteirinha quando o casal estiver em atividade.
— E pode ser em qualquer lugar da praça?
— Aqui diz que tem ser longe das crianças. O playground tem que ficar de um lado e o fuckground do outro, cada qual com seu trepa-trepa.
— O que mais diz a notícia?
— Diz também que os policiais não podem interferir, a menos que o casal esteja perturbando a ordem pública.
— O que será perturbar a ordem pública numa trepada?
— Sei lá. Vai ver que só pode fazer papai-e-mamãe e não vale gemer alto.
— Deve ser por aí. Será que pode sexo grupal?
— Uma suruba ao ar livre, você quer dizer.
— Isso mesmo. Uma festinha de final de ano, de aniversário, de formatura.
— Por que não? Desde que não perturbem a tal ordem pública e no final deixem tudo limpo. Não pode é se lavar no laguinho da praça e deixar preservativos espalhados pelo chão.
— E o sexo vai ser liberado em qualquer praça?
— Acho que sim. Eles só vão ter que alterar as placas dos gramados. Vão ter que colocar – É proibido pisar e trepar na grama.