domingo, 3 de julho de 2011

Marcha soldado, vadia e maconheiro


— Filha, vai haver a marcha da maconha outra vez? — perguntou a mãe ao ver a filha vestir a camiseta com a cannabis estampada.
—Não mamãe, dessa vez é a marcha das vadias, nós só vamos dar apoio — respondeu a filha.
— Faz sentido — murmurou a mãe resignada e sem querer discutir com a filha.

A estréia da Marcha das Vadias foi discreta com apenas 500 participantes, mas tem potencial para crescer. O que não falta nesse Brasil é vadia e à medida que as enrustidas forem assumindo sua verdadeira condição, a marcha tem tudo para emplacar e ser um sucesso. As participantes são contra o machismo e reivindicam o direito das mulheres de dispor do próprio corpo como bem entenderem. Nada mais justo.

Antes as marchas eram associadas aos militares. Marcha soldado, cabeça de papel, cantam as crianças. Hoje elas proliferaram e diversificaram. Além das já citadas marchas da maconha e das vadias, a Parada Gay é um sucesso em São Paulo. Nesse caso a palavra “Parada” está mal empregada já que o desfile se locomove, melhor seria ser denominada de Marcha a Ré. A cada ano o número de participantes aumenta. Bichas e sapatas, agora sob o amparo da lei, saem cada vez mais do armário para desfilarem deslumbradas e abraçadas na Avenida Paulista. Antes que vocês me tachem de homofóbico e seguidor do Bolsonaro, aviso que nada tenho contra a categoria. Desde que não seja no meu, cada um faz o que quiser com o seu.

Outras marchas podem ser organizadas para fazer parte de um calendário nacional das marchas, criando um novo atrativo turístico para o Brasil ao lado do carnaval e das festas de Ano Novo.

Podemos ter a Marcha dos Corruptos, cujo palco principal seria Brasília, mas qualquer estado ou município brasileiro estaria apto a ter seu próprio desfile. Assim como as vadias, nossos parlamentares e assessores também reivindicariam o direito de usufruir do próprio mandato e cargo como bem entenderem. Nada mais justo e atual.

Uma marcha com bom potencial seria a dos desempregados, aposentados e desocupados. Teria a vantagem de poder desfilar em qualquer dia, sem a necessidade de ser nos fins de semana. A reivindicação do grupo seria mais bolsas do governo e menos trabalho. Cada participante da marcha, devidamente cadastrado, receberia uma bolsa desfile, isenta de imposto e com direito a ticket refeição e décimo terceiro. Na minha condição de aposentado sou candidato a participar da marcha e principalmente da bolsa, assim como você que não tem nada melhor para fazer do que ler essa babaquice.

Um comentário:

REGINA PARANHOS disse...

Oi,Fabio,q nada!!!Ler seus textos nunca é perda de tempo,é ganhar tempo.Os brasileiros,cariocas principalmente,adoram um modismo.O da vez é a marcha.Ai de vc se não concordar.Bjs